Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo
Em mais um episódio de aperto nas contas públicas, o governo federal anunciou na noite desta sexta-feira (22) o bloqueio de R$ 6 bilhões no Orçamento de 2024. Isso eleva o volume de recursos congelados de R$ 13,3 bilhões para R$ 19,3 bilhões. Segundo os ministérios do Planejamento e da Fazenda, o rombo foi causado pela alta nos gastos com a Previdência Social e outros benefícios.
“O governo gasta mais do que pode e quem paga o preço é o contribuinte”, disseram analistas ouvidos sobre o impacto do novo bloqueio.
PREVIDÊNCIA E BENEFÍCIOS SOBEM, ORÇAMENTO DESCE
De acordo com o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, os gastos com a Previdência Social subiram R$ 7,7 bilhões, enquanto o Benefício de Prestação Continuada (BPC) cresceu R$ 612,1 milhões. Em contrapartida, houve redução de R$ 4,5 bilhões nas despesas com pessoal e subsídios, mas o ajuste foi insuficiente para frear o bloqueio.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia adiantado que o valor seria de R$ 5 bilhões. Mas, surpreendentemente, o total superou essa previsão. Segundo ele, “não haverá alteração de meta do resultado primário”, reafirmando o compromisso com o déficit zero estipulado no novo arcabouço fiscal.
DÉFICIT PRIMÁRIO: A PEDRA NO SAPATO DO GOVERNO
A estimativa de déficit primário – diferença entre receitas e gastos do governo sem considerar juros – caiu de R$ 68,8 bilhões para R$ 65,3 bilhões. Apesar disso, a meta estabelecida continua longe de ser uma conquista concreta.
Entre os fatores que aliviaram o déficit estão cortes em créditos extraordinários, como os destinados à reconstrução do Rio Grande do Sul. No entanto, gastos com mudanças climáticas e incêndios florestais subiram mais de R$ 1 bilhão após decisão do STF.
CORTE NÃO É SOLUÇÃO?
É importante lembrar que este bloqueio é diferente do pacote de cortes que o governo deve anunciar para os próximos anos. Enquanto o congelamento de recursos mira o Orçamento de 2024, as medidas futuras buscam “economizar” para 2025 e 2026.
O governo promete equilíbrio fiscal, mas resta saber se a população verá alguma mudança prática. Afinal, cortes de um lado e aumentos de outro deixam uma sensação clara: o bolso do brasileiro é quem mais sente o peso dessa política econômica.
Com informações de Agência Brasil.
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