Desde 2018, regime do ditador Daniel Ortega baniu quase 2,5 mil organizações. Em resolução publicada na imprensa oficial na terça-feira 18, o Ministério do Interior da Nicarágua dissolveu mais cem organizações não governamentais (ONGs) que atuavam no país. Conforme a publicação, eram 58 ONGs internacionais e 42 nacionais, incluindo mais de 20 associações religiosas, a maioria evangélicas.
Das 58 ONGs internacionais canceladas, 24 são dos EUA, seis da Espanha, quatro de Honduras, três da Alemanha, três da Itália, três da Holanda, três do Canadá, duas da Bélgica e duas da Suíça, além de uma ONGs em cada um destes países: Costa Rica, Dinamarca, Eslováquia, El Salvador, Noruega, Panamá, Porto Rico e Reino Unido.
Segundo o Ministério do Interior, os registros e os números perpétuos atribuídos a estas 58 ONGs foram cancelados “por estarem abandonadas e terem entre dois e 27 anos de incumprimento das leis que as regulamentam”.
Entre as irregularidades estariam a não divulgação de dados financeiros e da composição além de informações detalhadas sobre todos os membros doadores e doações anteriores.
O governo do ditador Daniel Ortega, com o voto dos deputados sandinistas e seus aliados na Assembleia Nacional, baniu pelo menos 2.475 ONGs nicaraguenses e estrangeiras desde dezembro de 2018.
O país vive uma crise política e social desde abril de 2018, que se acentuou depois das eleições gerais de novembro do ano passado, nas quais Ortega foi reeleito para o quarto mandato e segundo junto com sua esposa, Rosario Murillo, como vice-presidente. Os principais adversários foram presos ou exilados.
Neste ano, as perseguições a meios de comunicação e a religiosos se intensificaram. Padres e bispos têm sido presos sob o regime de Ortega.
Revista Oeste