Foto: Palácio do Planalto
Enquanto discursa pedindo a substituição do uso do petróleo por ‘energia verde’, Lula confirmou na manhã deste sábado (2), em Dubai, que o Brasil vai participar da ‘Opep+’, mas segundo ele para influenciar os produtores de petróleo a acabar com a exploração desse combustível.
“Eu acho importante a gente participar [da Opep+] porque precisamos convencer os países produtores de petróleo que eles precisam se preparar para o fim dos combustíveis fósseis”, disse durante evento na COP28.
“E se preparar significa aproveitar o dinheiro que eles lucram com petróleo e fazer investimento para que um continente como o africano, como a América Latina, possa produzir os combustíveis renováveis que eles precisam. Sobretudo o hidrogênio verde porque, se a gente não criar alternativa, a gente não vai poder dizer que vai acabar com os combustíveis fósseis.”
Lula falou sobre o assunto em um diálogo com a sociedade civil brasileira na cúpula, que acontece até 12 de dezembro nos Emirados Árabes Unidos.
Nesse evento, voltado a discutir a preparação do Brasil para sediar a COP30, em 2025, em Belém, discursaram representantes de indígenas, de quilombolas e de jovens. Participaram ainda as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.
Horas depois, em evento com o tema “Florestas: Protegendo a Natureza para o Clima, Vidas e Subsistência”, Lula chorou no palco enquanto discursava ao lado de Marina. Ele se disse emocionado porque nesta COP a floresta veio “falar por si só” e citou que sua ministra nasceu na Amazônia, no Acre, e se alfabetizou aos 16 anos.
O convite para integrar a Opep+, um grupo que reúne dez países produtores de petróleo —mas sem direito a voto—, além dos 13 membros regulares do cartel da Opep, aconteceu durante a viagem de Lula para a Arábia Saudita, nos dias 28 e 29 de novembro.
“Muita gente ficou assustada com a ideia que o Brasil ia participar do Opep. ‘Nossa, o Brasil vai participar da Opep’”, disse Lula. “O Brasil não vai participar da Opep, o Brasil vai participar da chamada Opep+. É tão chique esse nome ‘Opep Plus’. É que nem eu participar do G7. Eu participo do G7 desde que eu ganhei a Presidência da República. É G7+. Eu vou lá, escuto, só falo depois que eles tomarem a decisão e venho embora. Eu não apito nada.”
Os membros regulares da Opep, com poder de influenciar o preço dos barris de petróleo, são Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Venezuela (todos membros fundadores), Argélia, Angola, Congo, Emirados Árabes Unidos, Gabão, Guiné Equatorial, Líbia e Nigéria.
Já a ‘Opep+’ reúne os acima mais Rússia, Cazaquistão, Bahrein, Brunei, Malásia, Azerbaijão, México, Sudão, Sudão do Sul e Omã. E, em janeiro de 2024, o Brasil.
Fonte: G1; Direita On-line